Pela
janela do táxi vejo pessoas indo e vindo, todas preocupadas com seus problemas,
mal olham umas para as outras, são olhares perdidos, talvez, amores que nunca
acontecerão. Pessoas com corpos de metal, sempre dizendo sim, sempre fazendo o
que não querem, trabalhos forçados, desgostos, corações feridos por um não relacionamento
acabado, o único não que recebemos, o de um amor, por um abraço que deixou de
receber, beijos que não receberão mais...
Pensamentos
em um alguém, talvez um alguém que ainda nem conhecem, lágrimas que secaram
antes de rolar pela face tristonha, olhares sem sentimentos, movimentos mecânicos,
sorrisos falsos, mentiras, mentiras, mentiras...
Uma
vida sem ser vivida, sonhos guardados para um futuro ainda desconhecido,
recordações de gelo, desejos fúteis, orgulhos inúteis, esqueceram o que é o tocar das peles de
uma verdadeira paixão, pessoas distantes.
Talvez posso eu estar errado, talvez seja só
uma janela embasada, invertida pelas gotículas de chuva que escorre pelo vidro,
talvez as pessoas não sejam tão egocêntricas, talvez seja hora de trocar meu óculos ou das
pessoas acordarem.
Lauro Portela,
agradeço ao meu amigo Victor Higino por me ajudar no título!
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