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Poemas

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Janela


Pela janela do táxi vejo pessoas indo e vindo, todas preocupadas com seus problemas, mal olham umas para as outras, são olhares perdidos, talvez, amores que nunca acontecerão. Pessoas com corpos de metal, sempre dizendo sim, sempre fazendo o que não querem, trabalhos forçados, desgostos, corações feridos por um não relacionamento acabado, o único não que recebemos, o de um amor, por um abraço que deixou de receber, beijos que não receberão mais...
Pensamentos em um alguém, talvez um alguém que ainda nem conhecem, lágrimas que secaram antes de rolar pela face tristonha, olhares sem sentimentos, movimentos mecânicos, sorrisos falsos, mentiras, mentiras, mentiras...
Uma vida sem ser vivida, sonhos guardados para um futuro ainda desconhecido, recordações de gelo, desejos fúteis, orgulhos inúteis, esqueceram o que é o tocar das peles de uma verdadeira paixão, pessoas distantes.
 Talvez posso eu estar errado, talvez seja só uma janela embasada, invertida pelas gotículas de chuva que escorre pelo vidro, talvez as pessoas não sejam tão egocêntricas,  talvez seja hora de trocar meu óculos ou das pessoas acordarem.



Lauro Portela,
 agradeço ao meu amigo Victor Higino por me ajudar no título!

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