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Poemas

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Paixão segundo G.H. (Clarice Lispector)


Essa obra de Clarice é mais uma das quais você lê e se apaixona. A personagem-narradora está em busca do seu eu, do sentir, amar, as razões de viver e sua identidade,e é pela introspecção radical que  ela tenta achar.


A narradora e personagem do romance está em seu apartamento tomando café, como faz todos os dias. Dirige-se ao quarto da empregada, que acabara de deixar o emprego. Lá ;vê subitamente uma barata, saindo de um armário. Este evento provoca-lhe uma náusea impressionante, mas ao mesmo tempo , é o motivador de uma longa difícil avaliação de sua própria existência, sempre resguardada, sempre muito acomodada. A visão da barata é o seu momento de iluminação após o qual já não é a mesma , já não é a criatura alienada que tomava café distraidamente em seu apartamento. Nesse momento, surge na narradora a consciência da solidão.
E quem nunca quis se achar, saber os motivos e porques da vida? É uma história sem inicio nem fim, uma história continuada que nos leva ao profundo de nós mesmos através da personagem. 
E nos faz procurar o nosso lado que mostramos e gostamos, e o lado obscuro que escondemos a 7 chaves de todos, esse lado nojento que escondemos, as vezes, até de nós mesmos.

"A barata é um ser feio e brilhante. A barata é pelo avesso. Não, não, ela mesma não tem lado direito nem avesso: ela é aquilo. O que nela é exposto é o que em mim eu escondo: de meu lado a ser exposto fiz o meu avesso ignorado. Ela me olhava. E não era um rosto. Era uma máscara. Uma máscara de escafandrista. Aquela gema preciosa ferruginosa."



Um comentário:

  1. Esse é meu all times favorite book da Clarice. Leio sempre algum fragmento quando estou querendo pensar na vida,, pensar em mim...
    Ele diz tanto, sobre tantas coisas... Recomendo para todos que têm a alma completa, como diz sua dedicatória.

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