Na Inglaterra dos anos 80 um menino de 11 anos, filho de um mineiro de carvão do norte, é obrigado pelo pai a treinar boxe, um esporte que ele não se dá muito bem, acaba conhecendo a magia do balé, quando a professora passa a ter que dar suas aulas no mesmo academia onde o boxe era realizado. É obrigado a enfrentar todo o preconceito de teu pai, teu irmão e todo o bairro, que acreditam que o balé é algo que só as mulheres poderiam fazer. Visto pela professora como um bailarino em potencial, ela o ajuda a dançar longe dos olhos dos outros, para que possa fazer a prova do Royal Ballet School, teu pai o proíbe até que Billy Elliot cria coragem para mostrar ao pai que tem potencial para a dança, quando ele passa a acreditar no filho e percebe que a professora estava correta e faz o possível para que seu filho faça a prova para a escola britânica.
Billy Elliot não é só um filme para se admirar, ele mostra que homens e mulheres podem fazer os mesmo trabalhos, ambos são capazes de desenvolver as mesmas tarefas sem problema algum, basta ter talento e perseverança para tal. Billy Elliot é um filme desenvolvido para quebrar barreras do preconceito sujo emaranhado na sociedade machista existente desde sempre. Mostrar, também, que não devemos depender da aprovação de ninguém para que façamos o que desejamos, pois se temos a facilidade, o desejo e o talento para determinada função, é porquê ela nasceu conosco, e não será a sociedade que lhe fará feliz, serão as suas escolhas, feitas desde cedo na vida e se algo não sair correto desde o início, não terminará bem, não nos deixará bem, feliz...
Hoje, por acaso, encontrei um filme nacional que nunca nem tinha ouvido falar, pudera, o povo brasileiro acha que cultura é o que é produzido fora do país, logo, o que é nosso, não é divulgado, sequer mencionado em lugar algum.
Com atores e autores desconhecidos (pelo menos pra mim) o filme é uma incrível história no que pode acontecer quando amizade, profissionalismo e paixão se misturam. A história de três jovens universitários que, vindos de diferentes pontos do país, Cazé (Victor Mendes), Camila (Juliana Schalch) e Rafael (Gabriel Godoy) se conhecem na porta do banheiro de uma festa, Cazé o único que já encontrou um lugar para morar: um galpão abandonado, decidem morar juntos e criam entre si uma imensa amizade. Entretanto, há uma regra básica: não pode haver qualquer envolvimento entre eles, em nome da boa convivência. Cazé, Camila e Rafael andam tão juntos que logo são apelidados pelos colegas como se fossem um só, os 3. Já perto do fim do curso, Rafael pensa em se mudar por notar que sente algo por Camila. Com o fim da faculdade, sem ter recursos para se sustentar, os 3 aceitam transformar seu apartamento, e consequentemente seu dia a dia, numreality showbaseado em um trabalho que apresentaram na faculdade. Percebendo ser esta a única chance de permanecerem juntos, eles topam. Patrocinado por uma grande loja de departamentos, que vê na juventude deles um excelente produto de marketing. Tudo o que eles usam no apartamento está à venda na internet atráves de um simples clique.
Aos poucos, com o sucesso, a vida deles se transforma num palco cheio de verdades baseadas em mentiras e de muitas mentiras que carregam um tanto de verdade. A ficção criada por eles se embaralha com a realidade e nem eles mesmo conseguem saber no que acreditar.
Há
algumas semanas assisti ao longa metragem “Hoje eu quero voltar sozinho”,
derivado do curta “Eu não quero voltar sozinho”, já que conheço há algum tempo. Não sei por quê não postei sobre ele aqui, se gosto muito do curta. Mas estou
aqui para falar do longa.
Assim
como o curta, no Longa Leonardo (Guilherme Lobo) é um adolescente cego que
busca sua liberdade, porém ele tem uma mãe superprotetora que acha que por ele
ser cego, deve ter limitações em tudo que faz. Leonardo não teve seus
sentimentos despertos, mas, sua melhor amiga há anos, Giovana (Tess Amorim), sim. E tudo muda
em suas vidas quando Gabriel (Fabio Audi) chega à cidade e à escola.
Imagem: Google Imagens
O amadurecimento dos três jovens é o
tema central do longa. Com delicadeza Daniel Ribeiro soube como discorrer a
história onde um jovem teria tudo para ser um pessoa rancorosa, mas leva a vida
leve e animada, além de saber lidar muito bem em se aceitar em uma questão bem
delicada, sua sexualidade. Suas histórias são desenroladas ao decorrer do filme
e não narradas, deixando-os livre de uma crônica como outra qualquer. E a homoafetividade
encarada como natural pela maioria das personagens.
Não há previsibilidade em seus
paradigmas e para quem tem a sensibilidade à flor da pele, sentirá o quanto é
humano a poética do não ver do filme, aflorando todos os sentimentos presentes
no filme, onde a amizade, fidelidade e amor crescem.
Imagem: Google Imagens
Hoje eu não quero voltar sozinho
estreou num festival de Berlim, e como não poderia deixar de ser, estreou no
Brasil com 2 prêmios, e já ganhou outro prêmio nos EUA, e pela beleza
cinematográfica da atualidade brasileira, ganhará muitos outros, assim como o
curta que é premiadíssimo pelo mundo.
Enquanto
você não pode ver o filme, já que estreou apenas em algumas capitais do Brasil,
delicie-se com o curta, para quem não conhece, e quem conhece, saboreie-o
novamente.